Como fazer faculdade de graça? Veja 3 formas

Políticas públicas facilitam o acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade.

Prouni e Sisu são as principais formas de ingresso de estudantes de baixa renda no ensino superior. Portanto, com as políticas públicas de educação, ficou mais fácil fazer faculdade de graça no Brasil. 

Nos últimos 20 anos, o Brasil registrou um aumento no número de matrículas no ensino superior. No entanto, ainda são poucos os brasileiros que conseguem o diploma: apenas 21% dos brasileiros adultos concluíram uma graduação

Os estudantes de baixa renda buscam não só formas de ingressar no ensino superior, mas também de se manter na instituição de ensino.  Neste artigo, explicamos os caminhos de como fazer faculdade de graça no Brasil. 

A inclusão de pessoas de baixa renda no ensino superior

Estudante com livro na mão

O acesso às vagas em universidades públicas por estudantes de baixa renda foi ampliado em 2012, graças à criação da Lei nº 12.711/2012. Logo, desde 2013, o Brasil estabelece uma reserva de oportunidades para grupos excluídos – pessoas negras, indígenas, de escola pública e de baixa renda. Além disso, as cotas também facilitam o ingresso de pessoas com deficiência. 

Em outras palavras, a legislação determina que 50% das vagas em universidades e institutos federais devem ser preenchidas com pessoas que estudaram em escolas públicas.

Dentro dessa reserva, há uma subdivisão. Então, pelo menos metade das vagas deve ser preenchida com pessoas de baixa renda, ou seja, com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita. Dentro deste 50%, há uma reserva para negros, indígenas e PCDs, cujo percentual é baseado na proporção de pessoas que vivem no estado e se enquadram nestes grupos. 

Mesmo com a lei de cotas nas universidades federais em vigor, somente em 2018 o número de alunos pretos e pardos atingiu um nível de igualdade com o de estudantes brancos.

Formas de fazer faculdade de graça

1 – SISU

Quem busca uma forma de como fazer faculdade de graça pelo Enem deve considerar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Criado em 2010, o Sisu unifica o processo seletivo em universidades públicas de todo país. 

A adesão ao Sisu cresce a cada ano. Atualmente, cerca de 130 instituições públicas participam do sistema, entre universidades federais, institutos federais e universidades estaduais. O critério de seleção é a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio mais recente. 

Existem algumas dicas que você pode seguir para aumentar as chances de aprovação no Sisu. Então, escolha a modalidade de concorrência que mais se adequa ao seu perfil e consulte as vagas disponíveis.

Além disso, verifique a viabilidade de uma possível mudança de cidade. Às vezes, um curso é menos concorrido em uma determinada universidade, mas exige que o candidato mude de cidade. Assim, isso significa gastos com aluguel, alimentação, transporte, entre outras despesas. 

Outro ponto importante: muitos candidatos conseguem uma vaga através da lista de espera do Sisu, então, não a menospreze. 

2 – Prouni

O Sisu geralmente possui altas notas de corte e, muitas vezes, obriga o estudante a mudar de cidade. Por outro lado, o Programa Universidade para Todos (Prouni) possui uma diversidade maior de instituições de ensino cadastradas e notas de corte mais acessíveis para a maioria das pessoas que prestam o Enem. 

O Prouni é um programa mantido pelo Governo Federal, que distribui bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior.

Para ter acesso às vagas, é necessário se enquadrar nos critérios de renda e ter feito o Enem (com média acima ou igual a 450 pontos, além de nota diferente de zero na redação). 

Logo, os candidatos com renda de até um salário mínimo e meio por pessoa podem solicitar bolsa de estudo de 100%. Já aqueles que possuem renda per capita de até três salários mínimos são elegíveis às bolsas parciais, ou seja, de 50%. 

Diferente do Sisu, que possui uma única chamada, o Prouni realiza segunda chamada e os candidatos podem concorrer automaticamente. Se mesmo assim não for possível garantir uma bolsa de estudo, o candidato ainda tem a chance de participar da lista de espera. 

3 – UAB

Poucas pessoas sabem, mas existe uma outra possibilidade muito interessante para quem está sem dinheiro: a faculdade gratuita a distância. Essa modalidade é possível desde 2005, graças a criação do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). 

Por meio da UAB, instituições públicas federais oferecem cursos superiores a distância. A oferta é maior, principalmente, na modalidade de licenciatura, pois o propósito da UAB é capacitar professores para a educação básica. 

Fazer faculdade de graça a distância é uma escolha vantajosa porque oferece ao aluno mais flexibilidade para organizar o cronograma de estudo. Assim, tem como conciliar a graduação com as obrigações do emprego e da vida doméstica. 

A UAB também é interessante do ponto de vista do acesso, afinal, ela leva ensino superior gratuito e de qualidade para regiões do país onde não há grandes universidades disponíveis. 

Em suma, os cursos da UAB ocorrem de forma semipresencial. Assim, os alunos realizam a maior parte das atividades através de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), mas precisam comparecer aos encontros presenciais nos polos de apoio, que são previamente agendados pela coordenação. 

A UAB realiza processos seletivos várias vezes ao ano, de acordo com a disponibilidade das universidades públicas parceiras. 

O Fies ainda vale a pena?

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) não é uma oportunidade de fazer faculdade de graça, afinal, o contratante precisa pagar as mensalidades do curso após a formação. 

Por mais que o Fies tenha uma modalidade com juro zero, ele não é a melhor opção para os estudantes de baixa renda. Afinal, ao concluir a graduação, o jovem precisa lidar com uma dívida alta e a longo prazo, que muitas vezes não é compatível com as oportunidades que ele encontra no mercado de trabalho.

Auxílios financeiros para estudantes de baixa renda

Depois de realizar o sonho de entrar na universidade pública, o aluno de baixa renda tem mais um desafio: a falta de dinheiro para conseguir se manter no curso. Neste caso, é possível contar com bolsas e auxílios das próprias instituições de ensino ou do Governo Federal. 

Algumas universidades públicas oferecem auxílio aluguel ou alojamento estudantil aos alunos de baixa renda. Além disso, o subsídio alimentação e o restaurante universitário também facilitam a vida do estudante com dificuldades financeiras. 

O Ministério da Educação (MEC), para garantir a permanência dos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica nas universidades, oferece o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e o Programa Bolsa Permanência (PBP). No segundo caso, estudantes indígenas e quilombolas recebem R$900 por mês. 

Agora você já sabe como fazer faculdade de graça pelo governo. Então, verifique se o seu perfil é compatível com as políticas públicas e aproveite o seu direito como cidadão de ter acesso ao ensino superior de qualidade e gratuito.

Revista do Povo
Somos uma revista eletrônica que compartilha informações que ajudam a viver melhor. Falamos sobre renda, benefícios sociais, trabalho, educação, tecnologia e muito mais.
Veja também
Letra feia: 6 dicas de como melhorar
10 Cursos rápidos que dão dinheiro para conhecer agora
Curso MOPP gratuito: 3 formas de conseguir